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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

EXCURSÃO NA SERRA DA CAPIVARA

Nossa excursão à Serra da Capivara foi planejada em maio de 2010. A turma se empolgou e organizou um evento beneficente para arrecadar fundos para ajudar nas despesas de viagem; Buscou apoio e patrocínio junto a Prefeitura . A classe toda se empenhou para que a viagem fosse um sucesso.
A empolgação no ônibus, uma certa ansiedade e expectativas irradiava a todos rumo à cidade de São Raimundo Nonato no Piauí. Chegamos ao hotel por volta de uma hora da madrugada. Depois de um cochilo e um reforçado café da manhã, fomos ao Parque.
Nessa viagem tivemos o apoio dos professores de História: Giani Duarte de Teresina e José Rodrigues de Passagem Franca-Ma..


Acompanhados pelos Guias fomos ao Parque Nacional Serra da Capivara.
A população local é de moradores nativos. A maior parte sobrevive do turismo e são os guardiães do Parque. Em algumas lojas improvisadas em cômodos das casas simples desse povo podemos encontrar peças e bijoterias artesanais que o visitante pode comprar a preços simplórios. Isso é contribuição e um tributo ao parque e a essas famílias, como uma forma de recompesá-los pelo seu trabalho de guardadores desse patrimônio.
Partimos por volta das nove horas com duas horas de atraso. Antes de entrar-mos no parque, os Guias dão as orientações necessárias de segurança. O Parque é protegido por Lei e os Órgãos Oficiais são a FUMDHAM e a UNESCO. Na primeira aventura dentro do parque, os guias nos levaram por uma trilha escabrosa, a Toca do Cruzeiro, que não é indicada para crianças, adolescentes e nem para idosos. Por sermos jovens, fomos considerados aptos para a jornada, mas os guias fizeram algumas ressalvas:O número de pessoas que foi considerado excessivo, quando o ideal seria apenas um grupo de nove pessoas para cada guia, e o nosso somava quarenta pessoas para quatro guias. Logo depois vem a trilha mais complicada. É uma subida íngreme, exige muito esforço e preparo físico. São 110 metros de subida no morro, sendo 16 metros na vertical. A Fundação que cuida do parque teve de colocar escadas de metal em algumas ladeiras para facilitar a escalada. Embora a vegetação esteja muito seca nessa época, ainda se pode encontrar algumas sombras na encosta da serra. Podemos ver abrigos naturais escavados pela própria erosão nas paredes do penhasco dando a silhueta de caverna. Os paredões rochosos impressionam a vista. No caminho, enquanto descansarvamos um pouco nessas sombras escassas, os guias relembram as informações importantes quanto a nossa segurança durante a trajetória, como também a respeito da história do parque. Na continuação, depois de respirar um pouco temos de passar pelo maior desafio da subida final dessa trilha que é escalar uma estreita fenda nas rochas que tem uma formas oblíqua onde a parte de cima é mais alongada, formando uma pestana e a parte inferior é mais estreita e é necessário arrastar-se para passar com muito cuidado porque do esquerdo tem-se um abismo e não tem grade de proteção. É muito arriscado. Algumas pessoas tem de descansar um pouco mais, e às vezes serem estimuladas pelos colegas e guias para não desistir, pois já é o último esforço da subida. A adrenalina subiu consideravelmente e contagiou a todos. Conseguimos subir e vencer o desafio da trilha.
Lá de cima vimos uma paisagem espetacular: A vegetação cerrana e a exuberante exposição do relevo de serras íngremes escapaldas que se espalham ao longo do parque de cores tímidas misturadas.
Dá para ter uma visão privilegiada do parque, são 131 mil hectares de proteção ambiental. A vegetação composta por: Rabo de Raposa; Chique-Chique; Canela-de-Ema, que ainda conseguem manter o verde em meio ao cinza. A fauna é composta por: Lagartos, Tucanos; Periquitos; Pica-paus; Onças e Javalis.As formações rochosas são impressionantes, parecem que foram esculpidas a mão.
A descida também foi emocionante. Não seria possível a descida por essa trilha sem os 14 metros de escadas de metal para facilitar a chegada na base do monte. Vencido esse desafio fomos ao Centro de Visitantes. Depois de reforçar o estômago na lanchonete, pudemos contemplar uma exposição de réplicas de parte de fósseis de Ilhamas; Tatus gigantes; Cavalos selvagens; Tigre-dente-de-Sabre; Elefantes; Hipopótamos e outros, com mais de 8.000 anos. Ainda: Bijuterias artesanais, camisetas, bonés e outros produtos alusivos à cultura local.
Na segunda trilha, vamos apreciar outros espetáculos. O principal é o Boqueirão da Pedra Furada. Passamos pelas escavações do Jatobá do Boqueirão da Pedra Furada. O local das escavações é estruturado para o turismo. A trilha tem uma passarela circulando o local e dá acesso às famosas pinturas rupestres da Serra da Capivara. Podemos ficar próximos das centenas de pinturas. Fotografa-las detalhadamente. Desenhos coloridos, de uma tinta mineral de pigmento vermelho e não sangue de animais como se acreditava ser. São registros de costumes de um povo, uma espécie biblioteca pré-histórica, onde os artistas natos expunham suas artes não apenas como talentos mas como que por necessidade de registrar seus costumes, sua cultura. Essas pinturas estão ameaçadas pela erosão. O efeito das chuvas fazem minar nas rochas um tipo de substância salitre que aos poucos vão embaçando as pinturas e descolorindo a tinta. Uma ameaça natural, já que renovar as pinturas não é um procedimento normal. A título de sugestão, cremos que a ciência poderá contribuir para amenizar a situação, se produzir alguma substância que venha a inibir o efeito do salitre sobre as pinturas.
A terceira trilha é a pedra furada. Um espetáculo da natureza, um anel rochoso. Uma obra de arte trabalhada pela erosão através do tempo, dada de presente a nós e as gerações futuras. Impossível não tirar muitas fotos. Registrar esse momento único.Sentir a sensação de ser privilegiado por apreciar a arte natural do autor que nos dá uma pista do quer dizer mas nos sentimos quase incapazes de desvendar o mistério dessa mensagem.
A quarta trilha é da Toca do Carlindo e Toca da Roça do Alfonso, onde pudemos ver os macaquinhos abrigados nos penhascos e o fantástico corte escultural da água nas paredes descomunais das rochas. Na toca do Carlindo 3 ainda encontramos pinturas semelhantes as das escavações.
Encerramos a trilha. Almoçamos no restaurante ainda dentro do parque.
Retornamos à cidade por volta das 15 horas.
Tiramos muitas fotos nas estátuas gigantes de animais típicos da região: Siriema; Tatu e Onça Pintada. Mas sentimos falta da anfitriã Capivara.

Visitamos o Museu do Homem Americano, construído em 1997. Um edifício que também é uma obra de arte. Na parte de fora, podemos ver um fóssil de fogueira encontrado nas escavações do Boqueirão e pedras originárias de localidades adjacentes. Dentro, temos um ambiente seguro para proteção dessas relíquias. Possui uma estrutura própria de museu. Tem uma iluminação penumbrada, peculiar dos museus. As caixas que guardam as relíquias, bem como o revestimento das paredes, o teto e o piso têm uma cobertura aveludada. Entre os fósseis encontrados podemos destacar: O crânio masculino Zuzu Skull de mais de nove mil anos; Lascas de pedras, que serviam como ferramentas primitivas; Colares; Objetos de cerâmica como: Tigelas; Jarros e Urnas. O ambiente conta com a ajuda da tecnologia moderna, para ajudar a compreender essa história: Um telão mostra algumas animações das pinturas pré-históricas com áudio que seria próprio desses habitantes, simulando rituais, o que com um pouco de imaginação poderemos ver a realidade desses povos. No primeiro andar, dentre as várias relíquias, vemos fósseis, entre eles, o de um esqueleto humano inteiro em perfeito estado de conservação.
Retornamos ao hotel por volta das 17 horas.

Ainda teríamos muito por ver e precisaríamos de mais um dia. No entanto sentimo-nos realizados nessa viagem.
Jantamos. Acertamos as contas e retornamos. Foi uma viagem cansativa principalmente por causa do péssimo estado das estradas piauienses. Mas chegamos com segurança. Valeu a pena. Cumprimos com nosso objetivo. Isso é o que realmente importa.




Conclusão

Essa foi uma viagem foi considerada indispensável. Concluir um curso de história e não visitar a Serra da Capivara é um omissão sem explicação. Ver as pinturas; As trilhas; O relevo; A fauna; A flora; A região como um todo; O museu. Isso é história. Tudo isso faz parte do currículo. Embora não possamos saber exatamente em qual época esses ancestrais viveram, não importa. O que realmente importa é saber que contemplamos a história deles. Que essa história principiou a nossa história. Essa contemplação nos faz participante dela. Será a nossa reação e a nossa atitude que vai determinar que história queremos ter. Se preservamos haverá uma história contínua, se não, teremos um vazio a ser preenchido, seja pela história ou seja pelo que gostaríamos de contar.

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